PNUD publica o Relatório de Desenvolvimento Humano 2019 com foco nas desigualdades.
Apesar dos avanços substanciais alcançados em áreas como educação, saúde e padrões de vida, muitas necessidades básicas continuam sem atendimento para muitas pessoas no mundo. Grandes desigualdades persistem nas principais dimensões do desenvolvimento humano, apesar dos progressos nas capacidades básicas. O Relatório de Desenvolvimento Humano 2019 (RDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) destaca a emergência de novas formas de desigualdade, especialmente em relação à educação, tecnologia e mudanças climáticas, que sem controle podem desencadear uma ‘nova grande divergência’ na sociedade, comparável à Revolução Industrial.
O Administrador do PNUD, Achim Steiner, ressalta que a desigualdade vai além da comparação de renda entre vizinhos, abrangendo a distribuição desigual de riqueza e poder. O RDH 2019 propõe diversas opções de políticas para abordar as desigualdades no desenvolvimento humano no século XXI, não apenas reduzindo as desigualdades existentes, mas também enfrentando as novas gerações de desigualdades que surgem em torno da educação, tecnologia e mudanças climáticas.
Ao analisar a desigualdade além da renda, o RDH 2019 destaca a necessidade de políticas que considerem não apenas a renda, mas também invistam na primeira infância e ao longo da vida das pessoas, abordando as novas formas de desigualdade emergentes. O relatório enfatiza a importância de uma abordagem multidimensional sobre a pobreza, indo além da dimensão monetária, e destaca a necessidade de políticas que atendam às necessidades das pessoas deixadas para trás, como as pessoas com deficiência, promovendo a igualdade de gênero e o empoderamento.
No contexto africano, o RDH 2019 destaca os progressos significativos alcançados no desenvolvimento humano, com países como Seychelles integrando o grupo de desenvolvimento humano alto. No entanto, o relatório alerta para a emergência de novas desigualdades que podem ameaçar os avanços futuros, especialmente nas áreas de educação terciária, impactos da crise climática e transformações tecnológicas.
Para Angola, o relatório revela um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,574, categorizando o país como de desenvolvimento humano médio. No entanto, a desigualdade reduz o IDH para 0,392, representando uma perda de 31,8%. O RDH 2019 também destaca o Índice de Desenvolvimento de Gênero, evidenciando disparidades entre homens e mulheres. O relatório enfatiza a necessidade de políticas que abordem tanto as desigualdades existentes quanto as emergentes, buscando assegurar que todos possam progredir e atender às novas demandas do mundo em evolução.